Cada tiro, cada melro... Um tiro no pé... Tiro no escuro... Tantas expressões do género que podia utilizar para personificar mais uma jogada deste governo desgovernado. Falo da nomeação de Franquelim Alves para Secretário de Estado do Empreendorismo, pasta tutelada pelo Álvaro, ministro da Economia.
Já não bastava Miguel Relvas ter passado o ano no Brasil com Dias Loureiro e o advogado Arnaut, vem agora o Álvaro nomear para o seu ministério mais um homem da estirpe de Dias Loureiro ou Oliveira e Costa. Pedro Passos Coelho nada diz e Cavaco Silva nada faz. CDS-PP mostra-se incomodado, mas a público também nada vem. Tudo entre amigos.
Franquelim Alves foi um dos administradores do SLN-BPN na era Abdool Vakil. O novo Secretário de Estado pode não ter sido directamente incriminado em todas as falcatruas do BPN, mas sabia delas - limitou-se a escondê-las, nomeadamente, do Banco de Portugal.
Não são homens destes que precisamos num governo, seja ele qual for. Um homem que, sob pressões ou não - tanto me faz -, escondeu da justiça fraudes bancárias que hoje abrem um buraco enorme nas contas públicas e quem está a tapar esse buraco sou eu e tu com impostos altíssimos.
E a isto segue-se a sede de poder do CDS-PP e explico porquê. Foi o próprio Nuno Melo, actual vice-presidente desse partido, que requereu a audição a Franquelim Alves na comissão que investigou o caso. E agora, neste momento crucial, um dos partidos do governo nada faz? Não reage em força? Se calhar, porque Paulo Portas é mesmo o número três desta coligação e não vale a pena ser ouvido.
Amanhã já ninguém se lembra disto. É pena! E é pena, porque são homens como Franquelim Alves que contribuem para o enriquecimento da banca enquanto Portugal já passa fome.
Tudo entre amigos.
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