Os media foram inundados pela histeria de que Portugal regressou aos mercados. Até aí tudo bem: regressámos aos mercados e conseguiu-se isso através de baixos juros, pouco menos de 5%. Mas vamos ver quem fica a ganhar e quem fica a perder (ou, na melhor das hipóteses, continuar como se está).
Para os tecnocratas como Vítor Gaspar ou para os lambe-botas como Passos Coelho, estes 2.5 mil milhões de euros em títulos da dívida que foram emitidos é uma coisa magistral. É bom para Portugal? Podemos dizer que sim, pelo menos, um bocadinho - para não ser sempre do contra. É preciso mostrar que estamos mais credíveis e, por isso, somos um país onde se pode investir (neste caso, na dívida pública).
Mas e o resto? Vamos continuar subjugados ao poder estrangeiro e ao seu capital. Esta forma de ir aos mercados também significa perda de soberania - como se já não bastasse a que temos perdido nos últimos 2 anos.
Mas ainda há mais! Regressar aos mercados revelou-se um pão sem miolo, um refrigerante sem gás ou uma navalha por afiar. Simplesmente, porque regressar aos mercados não nos dá emprego, nem pão para a boca. Emitir títulos da dívida não baixa os impostos, nem mete na cadeia os magnatas do BCP, BPN ou Banif.
Resumindo, esta foi, até agora, a grande vitória do governo - ou assim pensam eles. Vangloriam-se com pouco e nós queremos mais! Mais empenho e mais transparência.
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