terça-feira, 9 de julho de 2013

Demissões, trocas e baldrocas

Os acontecimentos têm sido tantos e o tempo tem sido tão escasso! Muito trabalho (sim, sou um felizardo com emprego) e alguns problemas de saúde afastaram-me dos meus comentários mordazes aqui pelo blog.
Como alguns de vós deverão saber, colaboro com o programa "9idades Às6", da Rádio Ás (webrádio comunitária de Aveiro) através da minha rubrica "Quer-me Parecer Que..." e é nesse espaço que faço o resumo das semanas que têm passado. Como o tempo disponível para aqui escrever tem sido mesmo pouco, o que vou fazer é deixar-vos, praticamente na íntegra, a minha última intervenção radiofónica que decorreu no passado domingo, 07 de Julho de 2013.
É só mesmo para não acharem que isto está morto...

Quem se lembra de uma greve de professores quando temos o Rabaça Gaspar a demitir-se? Quem se lembra de uma greve geral quando temos um espectáculo circense entre Passos Coelho e Paulo Portas?

Quanto à greve geral quero só frisar algumas coisinhas… A CGTP diz que foi excepcional, a UGT é sempre mais cautelosa e o desgoverno é sempre a vítima. Na voz do ministro Marques Guedes, o governo respeita a greve, mas agradece àqueles que acederam ao seu direito ao trabalho. Mas que grande lata, oh Marques Guedes! Quer-me parecer que isto passa bem por um insulto ao quase milhão e meio de desempregados.

Por Aveiro, Ribau Esteves continua a lutar pela sua corrida à Câmara Municipal como se não houvesse amanhã – até o PPM se juntou à coligação. E parece que Élio Maia vai como independente após uma carrada de CDSs se terem demitido. Quanto a Ribau: tanta coisa com amor a Ílhavo e aos Ilhavenses, mas quer-me parecer que quando chega a hora do tacho e da ganância do poder quem quer saber da terra e dos conterrâneos? Tá boa, Ribau, até te fazem cantigas de marchas populares e tudo.

Mas o mais excitante foi mesmo a demissão, à terceira, de Vítor Gaspar. Tanto oleou que lá passou! O que há a reter da sua carta de despedida é que os credores estão primeiro e só depois as pessoas, um ministro que devia negociar mas não tinha mandado para tal e que a sua credibilidade estava minada. Calma, Gaspar, não era preciso seres tão agressivo contigo mesmo e com o parceiro Passos, és um homem coerente… Isto é, falhavas sempre as previsões – há que dar crédito a tanta coerência, a malta é que não ficou muito contente. Aqui está um exemplo de que coerência nem sempre é uma qualidade.

Eu disse que isto foi excitante? Não, não… Paulo Portas e sua birrice é que foi deveras excitante! E ainda está a ser! …Mas já repararam que digo sempre Paulo Portas em vez de apenas Portas? É que havia outro Portas, que era Miguel e eu não quero cá misturas. O certo é que, infelizmente, morreu o Portas errado – o que fazia mais falta.
Mas siga… o Paulinho das Feiras embirrou, porque não quis Maria Luís Albuquerque a substituir Gaspar. Até aí tudo bem, eu também não queria. É uma mulher incompetente e está envolvida nas swaps. O que se passou no fim-de-semana de 29 e 30 de Junho foi mais ou menos isto: Maria Luís disse não ter informação sobre as swaps mesmo depois de o seu governo ter afirmado que Teixeira dos Santos passou a dita informação (ainda que pouca, na voz deles). Ora, como já falei aqui anteriormente, o buraco das swaps dobrou em 2 anos: de 1700 milhões para 3500 milhões de euros. E agora vêm dizer que não sabiam de nada…
Então, o Paulinho demitiu-se! Mas não foi a sério! É tudo a brincar! Lembram-se daquela parvalhona que disse grotescamente que os filhos eram como socialistas? Pronto, o Paulo Portas fez igual aos filhos dela - que não são socialistas, ela é que é má mãe. Retomando: o que o Paulo quer é um lugar ao Sol, mas talvez não precisasse de tanto alarido, até porque a malta está sempre com medo da Esquerda a sério, mas o que é certo é que em poucas horas, o Paulinho fez-nos perder mais de 3000 milhões de euros!
Mas antes disso, Pedro Passos Coelho ainda fez uma declaração ao país completamente salazarista: não aceito, não quero e vai ser à minha maneira. O Paulo arreou as calcinhas e têm tido meia dúzia de encontros por dia.
Já Cavaco Silva deve estar tão empanturrado com bolo-rei que nem fala. Se bem que não estamos na época do bolo-rei, é mais regueifa e bolo de coco que se vendia ali à entrada do esporão da Praia da Barra, mas quer-me parecer que já expulsaram de lá os vendedores.
No meio disto tudo ainda temos que ir ao dicionário mudar o significado de palavras como “irrevogável” e “dissimulação”, porque o Paulo lhes deu um novo rumo.
Ora, um novo rumo é o que Portugal e a Europa precisam! O meu desejo político é que o governo grego caia primeiro que o nosso e que o Alexis Tsipras consiga dar uma vitória esmagadora ao Syriza e ao Povo Grego. E depois, mostrar aos neoliberais com artéria fascizóide como se faz! Porque, meus caros, isto é mesmo assim: ou vai ou racha! A Democracia nasceu na Grécia, é possível que também lá morra. Mas antes de morrer há uma palavra a dizer e essa palavra pertence àqueles que estão do lado do Povo e não aos que estão do lado da finança sem escrúpulos que quanto mais enriquece mais os pobres são miseráveis. Por isso, não vamos morrer já! Nem queremos morrer! Queremos vencer e vamos vencer! Uni-vos! ¡A las barricadas!

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