domingo, 22 de agosto de 2010

A Cama Voadora

Um dia sonhei que estava numa cama voadora, não me recordo a que altitude, aliás, não me recordo de muito mais, além de que estavas comigo. Sei que o céu estava escuro, mas não sei se havia estrelas. Os lençóis eram brancos e sei que disseste que gostavas muito de mim. Sim, estavas comigo. A cama era de ferro pintado a branco, daquelas antigas que, por vezes, se vêm nos filmes da Segunda Guerra Mundial. Disseste que gostavas muito de mim.
Acordei desse sonho nessa mesma cama. Lá ia eu a voar e, desta vez, sei que estava bem alto! Via tudo: a minha cidade, a cidade onde estão os meus amigos, o mar que fica perto... Flutuavam poucas nuvens à minha volta, mas as que existiam escondiam movimentos ou situações que eu desejava ver. Por alguma razão que me transcende, essas nuvens eram tapa-olhos que não faziam mais do que a sua função. Protecção, talvez.
Vi-me a andar lá por baixo e se não era eu, era alguém muito parecido. Mas essa pessoa estava contigo em algumas ocasiões. Descobri que era mesmo eu quando observei o quão igual eram as atitudes que "ele" tomava em relação a ti e a tudo. Tanto de bom como de mal.
Fechei os olhos para imaginar-me a falar-te e a tocar-te. Quando voltei a abri-los, debrucei-me na cama como um miúdo que procura algo debaixo dela e vi-te triste, com uma bolha à volta. Não falavas para ninguém, olhavas sempre para o chão... Quando alguém te falava, desatavas a chorar. E eu onde estava? Não me via! Nem sequer já existiam as tais nuvens tapa-olhos, estava tudo a céu aberto. Insisti em procurar-me. Nada! Até que um dia, a tua bolha estoirou e um rapaz fez-te sorrir. Nem sequer ousaste olhar para o céu, olhaste sempre para a frente.
Virei-me para o outro lado, respirei fundo, mas nem uma lágrima. Adormeci para sempre.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Brian - Family Guy

Isto anda muito morto, realmente! Não tenho escrito nada: nem aqui, nem os meus mini-contos, nada! Pois bem, um novo capítulo se segue neste blog ou, pelo menos, vou tentar abrir uma nova página. (que poeta barato)
Sou amante de comédia non-sense (Monty Python, Gato Fedorento, etc...) e, como tal, sou um adepto fervoroso de Family Guy. Acredito até que esse tipo de comédia é muito mais viável em desenhos animados, uma vez que, como sempre soubemos desde pequenos, nos desenhos animados tudo é possível. Sendo eu um fã incontornável do "tipo de família", lembrei-me há uns dias de escrever sobre cada personagem dessa polémica e divertida série animada, criada pelo Seth MacFarlane.
Para começar, escolhi o Brian. Cão falante colhido na rua pelo homem da casa, Peter Griffin. Sinceramente, não gosto muito dessa personagem e não sou o único como podem ver no vídeo que aqui vos deixo.
(Ainda bem que o Quagmire também não gosta do Brian e disse, precisamente, aquilo que eu ia escrever. Um aparte, antes de visionarem o Quag em fúria: eu também não lido muito bem com Religião, especialmente, se for a dita Católica Apostólica Romana dominada por ricos, gananciosos e etc.)

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Estação de Liverpool Street (Londres)

Bem, estou de volta! Hoje trago um "poema" que escrevi numa das piores noites da minha vida, noite essa em Londres. Aconteceu em Abril. Eu e mais quatro pessoas fomos até Londres com o propósito de ver um dos concertos de Opeth relativos à comemoração do 20º aniversário da banda. Esse era o principal objectivo, como disse antes, mas como somos uns sabichões aproveitámos para fazer parte daquela espectacular cidade durante cerca de 4 dias.
Voltando atrás e pegando no que queria escrever: na última noite dessa viagem (de segunda-feira para terça-feira), depois do concerto de Opeth, no mítico Royal Albert Hall, eu e mais dois amigos passámos 7 horas num MacDonalds à espera do comboio para seguirmos para o aeroporto rumo à Lusitânia. Foi a primeira vez que senti a "bebedeira do sono"; não sei se tal expressão existe, mas se não, então aqui está uma invenção minha. Passo a explicar: quando se está embriagado, há uma fase que nos arrastamos a falar e achamos piada a tudo, certo? Com o sono é igualzinho! Estava bêbado (ou bêbedo?) de sono! Mas aguentei com uns hambúrgueres, umas coca-colas, uns cigarros; a primeira vez que apaguei foi no comboio de manhã.
O tal "poema" que escrevi (digo "poema", porque isto não é realmente um poema, é outra coisa qualquer, só não está em prosa) foi escrito durante a "bebedeira de sono" num guardanapo, e é assim:

Three people waiting
For a far away train
For a big spaceship
To take them home
Always fighting the will to sleep
Waiting for a far away road back to the known zone
Texting to a dear person in the other side
To hug them at home, soon they hope
The starship will take them into the stars
They will gaze back there to the station
The place which gave them shelter
But they want to take that awsome ship back home
Three wise men came from the South
To spread the heat along the North
They brought the Sun to those cold people
And the rain was wipedout there
But the mission is over
And it's time to get back to shelter
They'll take a gallant aircraft
With the feeling that the word was spread.