Um dia sonhei que estava numa cama voadora, não me recordo a que altitude, aliás, não me recordo de muito mais, além de que estavas comigo. Sei que o céu estava escuro, mas não sei se havia estrelas. Os lençóis eram brancos e sei que disseste que gostavas muito de mim. Sim, estavas comigo. A cama era de ferro pintado a branco, daquelas antigas que, por vezes, se vêm nos filmes da Segunda Guerra Mundial. Disseste que gostavas muito de mim.
Acordei desse sonho nessa mesma cama. Lá ia eu a voar e, desta vez, sei que estava bem alto! Via tudo: a minha cidade, a cidade onde estão os meus amigos, o mar que fica perto... Flutuavam poucas nuvens à minha volta, mas as que existiam escondiam movimentos ou situações que eu desejava ver. Por alguma razão que me transcende, essas nuvens eram tapa-olhos que não faziam mais do que a sua função. Protecção, talvez.
Vi-me a andar lá por baixo e se não era eu, era alguém muito parecido. Mas essa pessoa estava contigo em algumas ocasiões. Descobri que era mesmo eu quando observei o quão igual eram as atitudes que "ele" tomava em relação a ti e a tudo. Tanto de bom como de mal.
Fechei os olhos para imaginar-me a falar-te e a tocar-te. Quando voltei a abri-los, debrucei-me na cama como um miúdo que procura algo debaixo dela e vi-te triste, com uma bolha à volta. Não falavas para ninguém, olhavas sempre para o chão... Quando alguém te falava, desatavas a chorar. E eu onde estava? Não me via! Nem sequer já existiam as tais nuvens tapa-olhos, estava tudo a céu aberto. Insisti em procurar-me. Nada! Até que um dia, a tua bolha estoirou e um rapaz fez-te sorrir. Nem sequer ousaste olhar para o céu, olhaste sempre para a frente.
Virei-me para o outro lado, respirei fundo, mas nem uma lágrima. Adormeci para sempre.
Acordei desse sonho nessa mesma cama. Lá ia eu a voar e, desta vez, sei que estava bem alto! Via tudo: a minha cidade, a cidade onde estão os meus amigos, o mar que fica perto... Flutuavam poucas nuvens à minha volta, mas as que existiam escondiam movimentos ou situações que eu desejava ver. Por alguma razão que me transcende, essas nuvens eram tapa-olhos que não faziam mais do que a sua função. Protecção, talvez.
Vi-me a andar lá por baixo e se não era eu, era alguém muito parecido. Mas essa pessoa estava contigo em algumas ocasiões. Descobri que era mesmo eu quando observei o quão igual eram as atitudes que "ele" tomava em relação a ti e a tudo. Tanto de bom como de mal.
Fechei os olhos para imaginar-me a falar-te e a tocar-te. Quando voltei a abri-los, debrucei-me na cama como um miúdo que procura algo debaixo dela e vi-te triste, com uma bolha à volta. Não falavas para ninguém, olhavas sempre para o chão... Quando alguém te falava, desatavas a chorar. E eu onde estava? Não me via! Nem sequer já existiam as tais nuvens tapa-olhos, estava tudo a céu aberto. Insisti em procurar-me. Nada! Até que um dia, a tua bolha estoirou e um rapaz fez-te sorrir. Nem sequer ousaste olhar para o céu, olhaste sempre para a frente.
Virei-me para o outro lado, respirei fundo, mas nem uma lágrima. Adormeci para sempre.