sábado, 23 de março de 2013

O fenómeno pseudo-suicida e pseudo-depressivo

O fenómeno não deve ser de agora, apesar de estar por cá em grande força, e felizmente não ataca todas as redes sociais como acontece no Tumblr - ou, pelo menos, posso falar naquelas em que estou inserido (que são só duas (ou três, se contarmos com o blogspot como rede social)).

O fenómeno de que vos quero falar é constituído por um grupo medonhamente grande de pseudo-suicidas, melodramáticos adolescentes pseudo-deprimidos, megalómanos da mentira. Por outras palavras, bem mais comum e fácil de entender: attention whores.

Ao que me parece, o Facebook não está atulhado desta gente e se os há não estão certamente na minha lista de amigos e conhecidos. Por outro lado, o Tumblr está contaminado, até porque as imagens são mais acessíveis do que palavras e esta rede social trata precisamente de imagens.

Onde eu quero chegar é que eu sei perfeitamente o que é estar deprimido, eu sei o que é ter ataques de pânico e ansiedade que me levam a níveis psicossomáticos. Por isso, eu sei que partilhar imagens numa rede social não é depressão, é necessidade de atenção - que, ao fim e ao cabo, às tantas também é uma doença da psíque.

Uma pessoa deprimida só tem duas hipóteses: pede ajuda a quem confia e recorre à medicina ou enclausura-se e deprime até definhar, mas não passa horas a partilhar imagens no Tumblr para mostrar que está deprimida. Uma pessoa suicida talvez não tenha duas, mas apenas uma hipótese: suicídio. Mata-se e acabou, de certo não passará dias ou semanas a partilhar imagens no Tumblr para dizer que está em modo suicida. No melhor dos casos, mostra a este/a ou àquele/a amigo/a que está a trilhar um caminho tenebroso e, mesmo assim, nem sempre há salvação - isto no mundo real e não no mundo pseudo dos suicidas das redes sociais.

Isto tudo para dizer que cada vez mais as gerações jovens estão em declínio. Também fui adolescente - e não sou assim tão velho -, também passei por aquela fase torturante em que pensamos que o mundo está todo contra nós, também tive desamores, também escrevi poemas melancólicos de má qualidade. Mas nunca fui estúpido.

Se é verdade que a depressão e consumo de ansiolíticos está a crescer como nunca antes visto pelas razões que todos conhecemos (crise económica, pressão laboral, pressão estudantil, etc...), também é verdade que a necessidade de atenção e a estupidez são posturas na sociedade que sobem de forma astronómica.

E podemos culpar quem? A Internet? A sociedade em geral? Os pais? Talvez os pais, sim.

Talvez eu não seja estúpido pela boa educação que tive.

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