segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Suicídio Assistido

Já algum de vós pensou no termo «suicídio assistido»?

E quando falo em suicídio assistido, não falo em eutanásia (à qual sou a favor). Falo mesmo em um indivíduo pôr termo à vida de forma deliberada e o mais indolor possível.

Não temos escolha quanto ao nosso nascimento e nem sempre o temos quanto à nossa morte (doenças, acidentes instantâneos, ...), contudo ainda há uma percentagem que nos permite escolher a morte, seja lenta ou rápida. Neste caso, gostaria de abordar a morte rápida e indolor.

O que é afinal o suicídio? Coragem ou cobardia? É a eterna questão. Pondo de parte todas as questões filosóficas e existencialistas, o suicídio é acabar com a própria vida e ponto final. Foi, aconteceu, é irreversível. É a vontade própria, seja num momento de loucura e/ou desespero, seja num momento há muito ponderado.

Tirar a vida a uma pessoa vai contra qualquer convenção ou documento relacionado com os Direitos Humanos, mas volto a frisar que é a vontade própria. Somos animais com vontade própria (não aos olhos dos sistemas religiosos, claro, mas não é sobre isso que me debruço actualmente).

Nunca tive instintos suicidas e sempre que algo do género se atravessa à minha frente, tento renovar o pensamento da pessoa em causa. Isto, para dizer que, na mais profunda ignorância quanto à matéria, creio que o momento do suicídio é solitário, triste (ou raivoso) e cheio de reflexão. Sem sombra de dúvida que um suicídio assistido iria retirar toda a "magia" do momento. No entanto, todos sabemos que há gente sozinha neste mundo e enganem-se aqueles que dizem que há sempre esperança para um amanhã melhor - nem sempre há! De certeza que haverá muito homem e mulher solitário e no abismo pronto a morrer a qualquer custo. O que será preferível? Pendurar uma corda numa ruela deserta e acabar ali? Cortar os pulsos ou o pescoço e demorar minutos ou horas a morrer? (se uma pessoa quer morrer, de certo que não vai querer esperar por isso durante horas de sofrimento). E poderia dar mais exemplos, como um simples tiro.

Friso, então, que de certo existe muita gente que já não tem nada a ganhar ou a perder neste mundo de merda movido pela raça mais nojenta de todos os tempos - o Homem - e que roga por um fim confortável e indolor.

Talvez tivesse mais para dizer, mas estaria a entrar pelas ditas questões filosóficas e existencialistas que, francamente, não domino e o objectivo é mesmo ser objectivo, passo a redundância, e directo. Se mais alguma teoria tiver quanto ao suicídio assistido, de certo irei escrever.

3 comentários:

  1. ‎"O que é afinal o suicídio? Coragem ou cobardia? É a eterna questão."
    Para mim o suicídio é uma resposta pessoal ao tempo, um tempo indeterminado que tu não escolhes quanto tempo queres viver, como se o tempo quando nascesses te pergunta-se "quanto tempo queres viver, sentir, experiênciar, sorrir, ver, pensar? Quanto tempo precisas para aprender?" e depois te abandonasse e não soubesses mais dele. Acho que é coragem, porque o acto de pôr um fim, não é assim tão fácil. Mais fácil será pensar em pôr e a cobardia de não o fazer. Mas não acho que isso devia de ser um tabu, até porque existem coisas piores que o suicídio. Agora tirar a vida a alguém sem consentimento do que ela quer, talvez já ache isso um bocado mais constrangedor, mas eu não sou a melhor pessoa para falar sobre isso, porque eu sou fora da tangente, e ás vezes sou mais contra as pessoas do que elas próprias julgam, como disseste esta Mankind está um nojo, ainda existe o ser humano que quer ajudar, evoluir espiritualmente etc, mas em 7 mil milhões de habitantes ou mais porque a taxa de natalidade acontece todos os dias, essa consideração já nada ou pouco existe.

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  2. Acho que a questão mais pertinente à volta da palavra SUICÍDIO é o ser um acto de coragem ou de cobardia.
    E como é hábito, as pessoas que não estavam dentro daquele corpo que se foi, sentem-se sempre convictos de que aquela pessoa era um perfeito cobarde, medricas, um verdadeiro afectado..ou então, um herói..e essa opinião tem quase sempre a mesma base : opinamos consoante a nossa ideia de heroísmo ou de cobardia e não consoante o estado de mortandade que assolava aquele corpo que sim, estava vivo, mas geralmente é como quando alguém está em morte cerebral e já só tem um fiozito ligado a uma máquina. Geralmente, é assim que essas pessoas vivem. Nós nunca saberemos. Só poderemos supor e divagar sobre coragem e cobardia. D.

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  3. A questão é: se a Sociedade facultasse um procedimento de Suicídio colectivo, não estaria a declarar que nem sempre funciona? Ela, presunçosa e egoísta, ávida de ego, iria assumir que opta antes por proporcionar um fim, do que trabalhar por encontrar uma solução específica à vida/problema do presumível suicida? Não estaria essa velha solteirona sem filhos (a sociedade) a assumir o seu fim? Não seria a aprovação do suicídio assistido, um suicídio dessa mesma sociedade?

    Bom tema Ferreira!

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