Derreto a paixão depois de tudo ser refutado
Entrego-me à razão de um suspiro fustigado
Castro a imponência desse olhar inigualável
Que corrói o manto grosso dum sentimento inesgotável
Lanceto o último degrau que está tão perto
Arranco a cavilha que mantém este aperto
Rasgo com os dentes a saliva do beijo que me cega
E estupro a alma em decadência que segura esta refega
Depois da pureza incerta e alucinante
Lavo-me na água salitrada que torna a pele suplicante
Depois da respiração alternada com gemido
Lanço-me a um rio de brasas onde o que sinto é punido
Encerro em mim o velório do presente passado
Numa marcha lenta em honra de um corpo desolado
Adornos monumentais compõem a velhinha carreta
E aconchegando a miséria nua baila uma mortalha violeta
"Depois da respiração alternada com gemido
ResponderEliminarLanço-me a um rio de brasas onde o que sinto é punido"
só devia haver gemidos quando o que se sente nao é punido